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Antônio Carlos Silva

Professor de Matemática. Fundador do PCO, integra a sua Executiva Nacional. Atuou na fundação do Coletivo de Negros João Cândido. Liderou a criação e coordenação dos Comitês de Luta contra o golpe e pela liberdade de Lula. Secretário Sindical Nacional do PCO, coordena a Corrente Sindical Nacional Causa Operária, da CUT.

Resolução da CUT

Ocupar Brasília na posse de Lula

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) publica Resolução sobre pontos de ação para o próximo perído.

A Direção Executiva Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT) publicou nesta sexta feira (dia 11) Resolução em que analisa o resultado do processo eleitoral e apresenta posicionamentos diante da conjuntura em que se prepara a posse para o novo governo de Lula.

Um aspecto importante é que a direção da CUT destaca o papel da militância cutista para a vitória do ex-presidente Lula (PT) nas urnas no dia 30 de outubro. Uma vitória dos trabalhadores e de suas organizações de luta e, nem de longe, uma vitória da burguesia golpista e da sua frente ampla, como procuram fazer crer a imprensa burguesa e os analistas da esquerda pequeno-burguesa que repetem a “análise” interessada dos capitalistas, que procuram destacar o papel de políticos fracassados da direita (como Alckmin, Simone Tebet etc.) amplamente repudiados pela população, como sendo os principais responsáveis pela vitória de Lula.

Outro aspecto central é que, em um momento em que a direita procura pressionar Lula, diante das medidas de caráter popular e nacionalista, os sindicalistas indicam como próxima tarefa a mobilização para se fazer uma “grande manifestação popular” na posse do presidente eleito, no dia 1º de janeiro de 2023.

A Nota destaca, acertadamente, o “papel fundamental [da CUT] a desempenhar no processo de reconstrução do Brasil, a partir da organização e mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras para garantir a manutenção de uma política robusta de renda básica, a retomada política de valorização do salário mínimo, a revisão da tabela do imposto de renda e o resgate dos muitos direitos que foram retirados desde 2016 e superação da fome que voltou a assombrar o país“.

Sem dúvida, falta apontar propostas concretas da CUT, dos trabalhadores diante da situação, como a necessidade aumento real de verdade do salário mínimo, se contrapondo não só ao valor miserável do mínimo de fome do Governo Bolsonaro (R$1212), cujo governo deixou o salário sem aumento real durante quatro anos; mas também se opor à política de “aumento” de apenas 1,3%, em discussão no congresso (e apoiada por setores conservadores da equipe de transição) que – nem de longe – representam uma mudança real na situação de arrocho salarial, diante de um salário que fica muito distante de sequer atender à necessidade de gastos com alimentação. Segundo o Dieese, seriam necessários cerca de R$2150 (para comprar a cesta familiar de produtos alimentícios).

Mostrando o desnorteio que domina amplas parcelas da esquerda, a Resolução da CUT, pede punição dos supostos “extremistas que estão fazendo atos antidemocráticos perto dos quartéis”. Deixando totalmente de lado a defesa do direito democrático à manifestação, tão necessário na luta dos trabalhadores.

Nessa questão, como em outros momentos, a direção da CUT deixa de apresentar uma proposta em defesa de reivindicações econômicas importantes para os setores populares que participam das manifestações da direita, como os caminhoneiros, como seria o caso da defesa da redução dos preços dos combustíveis e do fim da política de lucros gigantescos para os especuladores que detêm mais de 70% das ações da Petrobrás. Uma questão por demais necessária na próxima etapa de intensas lutas em que será necessário ganhar, para o lado da esquerda, uma parcela dos milhões de trabalhadores que votaram em Bolsonaro.

A semana que passou foi marcada pelas importantes colocações de Lula em defesa de medidas em favor do povo e de desenvolvimento do País, que foram alvo de pesados ataques e sabotagem do “mercado”. Nomeadamente os tubarões do mercado financeiro e outros  setores da burguesia golpista, como a venal imprensa capitalista.

É decisivo que a  CUT e os Sindicatos se mobilizem em defesa dessas posições de Lula, do atendimento das necessidades populares e do fim da expropriação do povo pelos bancos, por meio da defesa da estatização do sistema financeiro sob o controle dos trabalhadores.

Que ao invés dos banqueiros parasitas e sanguessugas continuarem a sugar o sangue e o suor do povo trabalhador, sejam eles que paguem pela crise capitalista e do regime golpista que ajudaram a edificar contra o povo brasileiro..

Organizar uma grande mobilização em torno da posse de Lula, é um importante passo nesse sentido.

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