Durante o mês de março, a caravana do ex-presidente Lula pela região Sul do Brasil foi alvo de uma série de atentados executados por milícias fascistas. Comandadas pela própria polícia, as milícias atuaram intensamente não porque o povo daquela região é averso ao ex-presidente Lula – o que é uma mentira – mas sim porque havia uma necessidade de setores da burguesia de exercer uma pressão para que o maior líder popular do país fosse preso imediatamente.
Diante das provocações fascistas, a única política cabível aos setores democráticos seria, naturalmente, a de organizar a autodefesa dos trabalhadores, de modo que qualquer intimidação desencadeasse uma reação à altura. No entanto, alguns setores da esquerda nacional optaram por solicitar maior “reforço” da polícia e das Forças Armadas para garantir a “segurança” do ex-presidente.
Se o objetivo era, de fato, garantir que Lula não sofresse qualquer tipo de ataque, a polícia, parte da burocracia do Estado capitalista, e as Forças Armadas – que são dominadas por uma ala pró-imperialista há mais de cinquenta anos – deveriam ser impedidas de chegar perto da caravana do ex-presidente. Os acontecimentos posteriores demonstraram claramente isso.
Pouco tempo depois dos atentados, foi denunciado que uma das pessoas delegadas para investigar o tiroteio contra a caravana de Lula era assessor do fascista Jair Bolsonaro. Mais recentemente, próximo ao prédio da Polícia Federal, um homem provocou a deputada Manuela D’Ávila e saiu escoltado pela própria PF.
A única forma de garantir a segurança do ex-presidente Lula é se os verdadeiros interessados em sua segurança, isto é, os trabalhadores e a militância de esquerda, se organizem para fazê-lo. Por isso, é necessário que o acampamento em Curitiba seja mantido, reforçado por meio de caravanas e se estabeleça como um verdadeiro local de resistência contra a direita fascista.